Hermeto Pascoal: o som que nunca morre

O Brasil se despediu de Hermeto Pascoal, mas a sua música jamais se despede de nós.
Nascido em Lagoa da Canoa (AL), em 1936, Hermeto transformou o mundo em um grande instrumento, do canto dos pássaros aos ruídos do cotidiano, tudo virava melodia em suas mãos. Multi-instrumentista, compositor, arranjador e gênio da improvisação, ele mostrou que música não tem fronteiras: é vida em estado puro.
Chamado de O Bruxo, Hermeto levou seu som do agreste nordestino aos palcos do mundo, encantando desde o jazz de Miles Davis até a tradição popular brasileira, passando por choros, frevos, experimentações e improvisos inclassificáveis.
Sua obra é vastidão: discos como No Mundo dos Sons e colaborações com artistas do Brasil e do mundo revelam uma mente que sempre inventava, recriava e reinventava.
Hermeto não se limitava a partituras, ele escrevia no ar, no fogo, na água, no coração de quem escutava.
Sua música é a lembrança de que tudo pode ser som, tudo pode ser vida.
O mestre que virou eternidade. Hermeto não partiu; ele se espalhou em cada nota que ainda ecoa, em cada improviso que nasce, em cada silêncio que, de repente, vira música.